Biografia de Maria Soldado:

Maria José Bezerra, negra e filha de escravos, nascida aos nove de dezembro de 1885 em Limeira-SP, trabalhava como cozinheira, mas após a casa onde trabalhava ter sido alvo durante a Revolução de 1932, ela juntou-se aos seus irmãos negros nessa batalha.
Marcou a passagem feminina na Revolução de 1932, alistando-se como enfermeira, mas acabou de fuzil na mão, combatendo no setor Sul do Estado e lutando nas cidades de Buri, Ligiana e Itararé, como integrante da Legião Negra. Maria José alinhou-se à frente de combate, ao lado da causa constitucionalista; a proeza de combatente lhe valeu o apelido de "Maria Soldado". Há relatos que Maria José Bezerra alistou-se como homem, mas sua identidade feminina foi descoberta somente após ter combatido na linha de frente e ter sido ferida.
Maria Soldado foi escolhida como a "Mulher Símbolo de 32" no Jubileu de Prata da Revolução de 32, o que demonstrava a admiração e respeito dos ex-combatentes. Apesar de ter sido uma combatente durante a Revolução, não se deve esquecer a sua contribuição como cuidadora e enfermeira na guerra. 
Após a Revolução de 32, voltou a dedicar sua vida aos trabalhos domésticos, mas nunca deixou de participar das manifestações contra a Ditadura. Terminou sua vida vendendo doces e salgados no Hospital das Clínicas, na cidade de São Paulo. Em onze de fevereiro de 1958, foi encontrada morta no quarto de um prédio na Rua Consolação, e seus restos mortais repousam no panteão dos heróis da Revolução, simbolizado pelo grande obelisco no Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo.
Parte de sua história é contada no livro “A Legião Negra — a luta dos afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932” do jornalista Oswaldo Faustino. A presente homenagem que se busca instituir se faz fundamental para resgatar a história de uma mulher, negra e limeirense que contribuiu de forma heroica para a história e para a enfermagem brasileira.
- Carolyne Neves Moreira


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